terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Reriutaba: Aluna da escola Marcelo da Cunha, de Oitizeiro, foi vencedora da etapa municipal do Prêmio PETECA e 3º lugar na etapa Estadual

             
Com o conto “A Luz Que Nunca Se Apaga”, a aluna Maria Beatriz Mendonça Mesquita, do 7º ano da Escola Marcelo da Cunha Araújo, de Oitizeiro, foi a vencedora da etapa municipal e 3ª colocada na etapa estadual do Prêmio PETECA (Programa de Erradicação e Combate ao Trabalho Infantil) 2019, na categoria conto. 
No último dia 23 de janeiro, no encerramento da Semana Pedagógica de Reriutaba, ela recebeu das mãos do Prefeito Osvaldo Neto sua premiação e medalha, e recitou o conto para todos os presentes no evento.
Confira abaixo o conto vencedor, escrito pela Maria Beatriz:
A LUZ QUE NUNCA SE APAGA
"O sol já  despontava às seis da matina entrando pelas frinchas da janela do quarto; mais adiante um tilintin completava a mensagem de que o garoto deveria apressar-se. Era o primeiro dia de Pedro na empresa num estágio como aprendiz. Pedro sempre foi muito estudioso e agora se sentia desafiado em ter que estudar e aprender na prática outros dotes. Seu grande sonho era um dia tornar-se um escritor renomado. A família vivia na roça, sem maiores expectativas. Seu pai não engolia muito bem essa história; dizia que, melhor seria se trabalhasse com ele no roçado a ficar por aí sendo mandado pelos outros. Mas Pedro sonhava alto; fazia planos em tudo, desde em como gastar seu primeiro salário até em um dia realizar seu grande sonho. Ele não se deixava abater facilmente. Quando Francisco mandava o garoto trabalhar na roça com ele: – E meus estudos?! Perguntava Pedro, ainda que sem respostas. Sua mãe sempre lhe pedia para não enfrentar a seu pai, pois ele era incapaz de compreender essas coisas – havia ali algum tipo de remorso ou coisa mal resolvida na vida de Francisco – e Pedro não entendia. Pedro trabalhava numa livraria. Agora, além de ter um trabalho pela manhã e estudar à tarde, tinha à disposição livros e mais livros onde os devorava todos os dias enquanto trabalhava. Via tudo aquilo como um grande tesouro. Ele adorava organizar, explicar e dar dicas aos clientes. Dava dicas até a seu chefe para melhorar na organização da livraria. Passaram-se os anos e Pedro estava para concluir o Ensino Médio. Pensando também que perderia o trabalho – ajuda esta que seria muito útil nas despesas da faculdade – foi falar com o seu chefe se não poderia ficar por mais um ano. E para sua surpresa, recebeu um não. – Você deixará de ser meu vendedor, Pedro! Falou Joaquim, o dono.
– Você será a partir de hoje o gerente desta livraria e não o quero apenas por um ano. Fique com a gente o tempo que for preciso. É mérito seu por toda dedicação e carinho com que conduziu este estabelecimento. (...) O sol já despontava às seis da matina há 42 anos quando comecei a sonhar. Pedro sou eu... Hoje dou o meu melhor e pratico tudo o que aprendi com meus mestres. Sou escritor. Tenho isso como Hobby, pois não dá para viver dessa arte, embora seja ela uma das mais transformadoras. Vejo nos olhos daqueles com quem diariamente convivo, e que assim como eu era, hoje ajudo a transformar-lhes a vida. Sou realizado por tudo o que faço: hoje sou professor."
PMR






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