sábado, 20 de março de 2021

Após passagem de Bolsonaro por Tianguá, ocupação de UTIs chega a 100%

                 

Semanas após a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a Tianguá, no interior do Ceará, o município registrou ocupação de 100% dos leitos de UTI para pacientes acometidos de Covid-9. O índice se manteve nesse patamar de exaustão da rede local por 13 dias seguidos após a passagem da comitiva presidencial, um recorde desde o início da pandemia, em março de 2020.

Quando esteve na cidade no dia 26 de fevereiro, para assinar ordem de serviço de uma obra viária, Tianguá apresentava taxa de ocupação de UTIs em 80%.

Mesmo com o estado sob decreto de isolamento e no pior momento da doença em território cearense, e apesar das advertências do Ministério Público para que não descumprisse normas de saúde, o presidente causou aglomerações, abraçou apoiadores e dispensou o uso de máscara, item essencial para evitar a contaminação.


Dois dias antes da ida de Bolsonaro ao município, em 24/2, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 90% em Tianguá, mas cairia para 80% no dia seguinte, 25/2 - número que se preservou dali a 24 horas, véspera de sua chegada.

Um dia após a visita do presidente, contudo, a ocupação foi a 100%, permanecendo nesse teto por quase uma quinzena. A taxa só baixaria no dia 11/3, para 90%. No dia 15/3, porém, voltou a 100%. Foi a 66,67% dia 16/3, com a aquisição de 11 leitos por parte da Prefeitura, que passou de 10 para 21, dobrando a capacidade de atendimento.
Ontem, todavia, a quase totalidade dos leitos já havia sido preenchida mais uma vez: a taxa era de 95,24%. Antes de fevereiro de 2021, a última vez que Tianguá havia estado com 100% dos leitos ocupados por pacientes com Covid tinha sido em julho do ano passado, no auge da pandemia.

Em Caucaia, onde o presidente também esteve naquele mesmo dia 26/2, a taxa de ocupação de leitos de UTI hoje é de 100%. 

O Povo

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