Quatro médicos e dois técnicos de radiologia, sendo cinco homens e uma mulher, voltaram a apresentar sintomas e exames positivos para a Covid-19 depois de considerados curados do coronavírus no Ceará. As informações foram divulgadas pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) em nota técnica sobre a recorrência de quadros clínicos da doença. No documento, a secretaria explica que “os achados evidenciados no estudo desses casos necessitam de investigação mais detalhada”.
O Ceará atingiu 130.922 casos confirmados de coronavírus e 6.691 óbitos, nesta quinta-feira (9). Entre os profissionais da saúde, 12.613 pessoas tiveram resultados positivos para a doença. A categoria registrou 27 mortes. Os mais afetados são técnicos ou auxiliares em enfermagem, enfermeiros, médicos e agentes comunitários de saúde.
Dos seis profissionais que voltaram a ter quadro clínico de Covid-19, cinco tiveram o vírus pela primeira vez em março, logo no início da pandemia no estado, e um em abril. Já o início do segundo episódio foi registrado em maio, para o primeiro grupo, e em junho, para o profissional que teve a doença por último. O tempo entre os dois episódios variou entre 53 e 70 dias.
Todos os casos considerados no estudo tiveram testes do estilo RT-PCR, por biologia molecular, com resultado positivo nos dois momentos observados, além de exames negativos que permitiram a alta após o fim da primeira infecção.
Especialistas do Comitê de Operações em Emergências (COE) da Sesa decidiram adotar o termo “reversão positiva do teste virológico” para aqueles que voltarem a apresentar exame positivo para o vírus e “recorrência de quadro clínico” para quem passou a ter novamente sintomas e detecção do vírus por exames.
A nota explica que termos como “reinfecção” ou “reativação” devem ser evitados. “A evidência de reinfecção normalmente requer documentação baseada em cultura de uma nova infecção após a eliminação da infecção anterior com evidência de reinfecção com uma forma molecularmente distinta do mesmo vírus”, diz o texto. Os pesquisadores da Sesa levaram em conta estudos já feitos com pacientes da cidade de Wuhan, na China, primeiro local a detectar o vírus em seres humanos, ainda em 2019.
Volta de sintomas
Os seis pacientes estudados tiveram pelo menos três sintomas da doença no segundo episódio, sendo os principais febre, adinamia (fraqueza muscular) e anosmia (perda súbita do olfato). Um deles, de acordo com a Secretaria, precisou ser internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após apresentar quadro de hipoxemia, que configura baixos níveis de oxigênio no sangue. Ele se recuperou com a ajuda de suporte ventilatório não invasivo. Outro paciente também apresentou hipoxemia, mas não precisou de internação.
Notificação
A nota recomenda que os casos de Covid-19 tenham vigilância depois da alta e da recuperação. Também fica orientado que profissionais da saúde que voltem a ter sintomas devem ser testados novamente. A notificação de casos de recorrência de quadro clínico deve ser comunicada ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievis) para que o monitoramento aconteça.
G1
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