Total de casos subiu 45% em um dia. Ministro da Saúde prevê
'disparada' dos casos em abril e queda somente em setembro.
O Ministério da Saúde declarou que todo o território nacional
está sob o status de transmissão comunitária do coronavírus Sars-Cov-2,
responsável pela pandemia da doença Covid-19. O status foi publicado em
portaria divulgada na noite desta sexta-feira (20).
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já tinha anunciado
nesta tarde que a medida seria tomada em breve para facilitar ações do governo.
O ministro sinalizou também que a previsão é que os casos da doença disparem em
abril e o sistema de saúde deve entrar em colapso.
A transmissão comunitária ou sustentada é aquela quando não
é possível rastrear qual a origem da infecção, indicando que o vírus circula
entre pessoas que não viajaram ou tiveram contato com quem esteve no exterior.
Até o balanço de quinta-feira (19), a transmissão
comunitária estava configurada nos estados de São Paulo e de Pernambuco. Além
disso, ocorre isoladamente em três capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e
Porto Alegre (além das capitais de SP e PE, já incluídas acima).
Casos pelo Brasil
Os casos confirmados de Covid-19, doença infecciosa causada
pelo coronavírus Sars-Cov-2, aumentaram 45% entre quinta (19) e esta
sexta-feira (20), de acordo com dados do Ministério da Saúde. O mais recente
balanço federal aponta que o Brasil tem 904 casos e 11 mortes. Os dados
consideram informações repassadas pelas secretarias estaduais até as 16h.
Na quinta o ministério somava 621 casos e 6 mortes. O total
de mortes subiu mais de 80% entre os dois balanços. Pelo segundo dia
consecutivo, o ministério não divulgou o total de casos suspeitos, como vinha
fazendo desde o início do acompanhamento dos casos. A plataforma que exibe os
dados está fora do ar desde quinta-feira. O Ministério da Saúde também não
divulgou o total de pessoas hospitalizadas.
número de estados com casos confirmados era de 21 na quinta
e na sexta subiu para 25. Somente Roraima e Maranhão permanecem sem casos
confirmados. Quanto às regiões, todas apresentaram aumento de casos.
O Sudeste tinha 391 casos e agora tem 553. O Nordeste tinha
110 e passou para 134. O Norte foi de 8 para 15. No Centro-Oeste, os casos passaram
de 61 para 112. Por fim, o Sul tinha 71 e agora tem 90 casos.
Disparada dos casos em abril
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse, durante
apresentação com o presidente Jair Bolsonaro, que infecções por coronavírus
deverão disparar no Brasil entre os meses de abril e junho.
"A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida
[de infecções]. Essa subida rápida vai durar o mês de abril, o mês de maio e o
mês de junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração de subida"
- Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde
Os casos de transmissão de Covid-19, infecção causada pelo
coronavírus, deverão perder velocidade a partir de julho e, em agosto, é
esperado que as ocorrências comecem a cair.
"O mês de julho, ela deve começar um platô. Em agosto,
esse platô vai começar a mostrar tendência de queda. Em setembro é uma queda
profunda, tal qual foi uma queda de março na China. Esse é o cenário que o
mundo ocidental está trabalhando” - Mandetta
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