O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou por dois votos a um o liberdade do médico e prefeito afastado de Uruberatama José Hilson de Paiva, 70 anos. O médico está preso desde julho deste ano, acusado de abusar sexualmente de pacientes por décadas durante consultas ginecológicas nas cidades de Uruburetama e Cruz, no interior do Ceará.
A defesa do prefeito afastado informou ao G1 que vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Respeitamos a mudança de posição na votação da colenda 3ª Câmara Criminal, que por dois votos a um revela a ausência de consenso quanto à necessidade da prisão do paciente Hilson Paiva e iremos recorrer ao Superior Tribunal de Justiça após a publicação da decisão no Diário da Justiça", disse o advogado Leandro Vasques.
Votaram contra a liberdade do médico os desembargadores José Tarcílio Souza da Silva e Marlúcia de Araújo Bezerra. O presidente da 3ª Câmara Criminal do TJCE, desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva, votou a favor da concessão do habeas corpus, mas foi vencido pelos demais magistrados.
O desembargador José Tarcílio, primeiramente, votou pela concessão do habeas corpus. Porém o magistrado voltou atrás da decisão e votou para que o médico continuasse preso.
“Refaço meu voto. Neste momento, não é cabível a aplicação de medidas cautelares. Acompanho integralmente o voto divergente da desembargadora”, disse o magistrado.
Com a decisão, o médico continua preso enquanto aguarda o julgamento pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. José Hilson está detido na Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz, presídio que abriga detentos idosos.
Denúncias de pacientes
Denunciantes procuraram a Polícia Civil do Ceará depois que uma sequência de vídeos com cenas dos abusos, filmados pelo próprio médico, foram exibidos no Fantástico. A informação é de que os crimes aconteciam desde 1980.
Sob a condição de não ser identificada, já por temer represálias, uma das vítimas contou ao G1 que apoiadores do médico afirmam que irão festejar a soltura do acusado, com queima de fogos em praça pública. A mulher ainda relata ter sofrido ameaças por ter denunciado José Hilson.
"Há mais de 30 anos ele vem cometendo crimes e já vai ser solto? Cadê a Justiça? Tem outras mulheres que foram abusadas e nunca denunciaram. Elas chegaram agora para mim e falaram: e aí, do que adiantou denunciar, se ele vai ser solto? Sempre tive a Justiça como uma coisa séria na minha vida. Eu já fui ameaçada por duas pessoas aqui. Minha vida agora é ser ameaçada. Disseram que iam quebrar a minha cara na rua. Eu que vou ficar aprisionada porque denunciei, e ele solto? Ninguém quer enxergar o que ele fez?", questiona uma das vítimas.
Outra mulher abusada pelo médico durante consulta ginecológica afirma que ver José Hilson preso e longe de Uruburetama é o mínimo de segurança que ela espera.
"Com ele longe daqui, eu me sinto melhor. Ele não é digno de estar em Uruburetama. Ficam debochando da gente dizendo que ele já vai ser solto, e que não deu em nada. Peço que, pelo amor de Deus, não soltem. Queria que ele estivesse no nosso lugar", disse.
Conforme as vítimas, José Hilson abusava das pacientes desde a década de 1980. As primeiras denúncias ocorreram em 1994, mas o caso foi arquivado. Várias mulheres afirmaram que não denunciaram por medo ou porque dependiam do prefeito para manter emprego ou ter acesso a serviços públicos.
Fonte: G1 Ceará
A defesa do prefeito afastado informou ao G1 que vai recorrer da decisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Respeitamos a mudança de posição na votação da colenda 3ª Câmara Criminal, que por dois votos a um revela a ausência de consenso quanto à necessidade da prisão do paciente Hilson Paiva e iremos recorrer ao Superior Tribunal de Justiça após a publicação da decisão no Diário da Justiça", disse o advogado Leandro Vasques.
Votaram contra a liberdade do médico os desembargadores José Tarcílio Souza da Silva e Marlúcia de Araújo Bezerra. O presidente da 3ª Câmara Criminal do TJCE, desembargador Francisco Lincoln Araújo e Silva, votou a favor da concessão do habeas corpus, mas foi vencido pelos demais magistrados.
O desembargador José Tarcílio, primeiramente, votou pela concessão do habeas corpus. Porém o magistrado voltou atrás da decisão e votou para que o médico continuasse preso.
“Refaço meu voto. Neste momento, não é cabível a aplicação de medidas cautelares. Acompanho integralmente o voto divergente da desembargadora”, disse o magistrado.
Com a decisão, o médico continua preso enquanto aguarda o julgamento pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. José Hilson está detido na Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz, presídio que abriga detentos idosos.
Denúncias de pacientes
Denunciantes procuraram a Polícia Civil do Ceará depois que uma sequência de vídeos com cenas dos abusos, filmados pelo próprio médico, foram exibidos no Fantástico. A informação é de que os crimes aconteciam desde 1980.
Sob a condição de não ser identificada, já por temer represálias, uma das vítimas contou ao G1 que apoiadores do médico afirmam que irão festejar a soltura do acusado, com queima de fogos em praça pública. A mulher ainda relata ter sofrido ameaças por ter denunciado José Hilson.
"Há mais de 30 anos ele vem cometendo crimes e já vai ser solto? Cadê a Justiça? Tem outras mulheres que foram abusadas e nunca denunciaram. Elas chegaram agora para mim e falaram: e aí, do que adiantou denunciar, se ele vai ser solto? Sempre tive a Justiça como uma coisa séria na minha vida. Eu já fui ameaçada por duas pessoas aqui. Minha vida agora é ser ameaçada. Disseram que iam quebrar a minha cara na rua. Eu que vou ficar aprisionada porque denunciei, e ele solto? Ninguém quer enxergar o que ele fez?", questiona uma das vítimas.
Outra mulher abusada pelo médico durante consulta ginecológica afirma que ver José Hilson preso e longe de Uruburetama é o mínimo de segurança que ela espera.
"Com ele longe daqui, eu me sinto melhor. Ele não é digno de estar em Uruburetama. Ficam debochando da gente dizendo que ele já vai ser solto, e que não deu em nada. Peço que, pelo amor de Deus, não soltem. Queria que ele estivesse no nosso lugar", disse.
Conforme as vítimas, José Hilson abusava das pacientes desde a década de 1980. As primeiras denúncias ocorreram em 1994, mas o caso foi arquivado. Várias mulheres afirmaram que não denunciaram por medo ou porque dependiam do prefeito para manter emprego ou ter acesso a serviços públicos.
Fonte: G1 Ceará
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