Jardim Botânico, Foto: MAURO PIMENTEL/AFP |
"Minha filha e esposa tiveram que esperar ilhadas até quatro horas da madrugada para voltarem seguras para casa. Foi uma tragédia", descreveu Eudes Rodrigues, 53. Natural do município de Reriutaba, no Ceará. Ele mora em Jacarepaguá, bairro da Zona Oeste carioca, e conta que a área foi bastante afetada, apesar de não ter tido danos diretos na própria residência. "A situação está um caos, as consequências dessas chuvas foram imensas para as pessoas", descreve.
Ainda na noite de ontem, vários bairros registravam falta de energia, principalmente na Barra da Tijuca e Estrada dos Bandeirantes. Isso ocorreu também nas regiões citadas por Eudes: Jacarepaguá, Rio das Pedras, Recreio dos Bandeirantes, Muzema e Itanhangá.
Morador do bairro Laranjeiras, na Zona Sul, o também cearense Adriano de Lavor relata que a cidade ficou praticamente paralisada durante todo o dia de ontem. "Cheguei em casa mais ou menos às 19 horas de ontem (segunda, 8), de lá para cá, parou de chover pela primeira vez agora (16 horas de ontem), mais de 20 horas de chuvas constantes e perto de onde eu moro tem uma comunidade, Santa Tereza, e o dia inteiro eu ouvi as sirenes, avisando os riscos de deslizamento, eu não fui trabalhar", disse. Para o jornalista, houve negligência da Prefeitura ao não se antecipar diante da informação que chegou às 14 horas. "A negligência ficou mais aparente nesse episódio todo, mas vi em noticiários que mais de 70% dos recursos de controle de enchentes foram reduzidos Existem pessoas que ainda estão desaparecidas", criticou.
Ontem, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmou que mais de cinco mil homens foram designados a trabalhar na tentativa de minimizar os problemas causados pela forte chuva. Em coletiva no Centro de Operações do Rio, Crivella afirmou ainda que as regiões mais afetadas foram a zonas Sul e Oeste, e que deslizamentos graves só foram observados no Morro da Babilônia, no Leme.
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