Brasília - Parlamentares da base do governo que não votam
de acordo com a orientação do Planalto devem "largar o osso" e ir
para a oposição, disse nesta tarde o ministro da Educação, Cid Gomes, no
plenário da Câmara dos Deputados.
© DIDA SAMPAIO/ESTADÃO |
Ele participa de comissão geral na Câmara, em sessão
convocada para o ministro explicar declaração feita por ele de que haveria no
Congresso "300 ou 400 achacadores" que se aproveitam da fragilidade
do governo.
A comissão geral transformou-se em um grande bate-boca.
No final de seu discurso, o ministro disse, apontando para o presidente Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), que preferia ser chamado de mal-educado a achacador.
Gomes inicialmente chegou a tentar contemporizar, dizendo
que sempre teve "profundo respeito pelo Legislativo". A consideração,
porém, não quer dizer que "concorde com a postura de alguns, de vários, de
muitos, que mesmo estando no governo, os seus partidos participando do governo,
têm uma postura de oportunismo".
O ministro argumentou que a declaração de que haveria no
Congresso "300 ou 400 achacadores" que se aproveitam da fragilidade
do governo não foi sua "opinião pública", mas uma fala
"pessoal" a um grupo de estudantes de três universidades paraenses
dentro da sala do reitor da Universidade Federal do Pará, depois de ser
questionado sobre a falta de recursos para a pasta.
"Se alguém teve acesso a uma gravação não autorizada
que não reflete a minha opinião pública que me perdoe. Eu não tenho mais idade.
Eu não tenho direito de negar a tantos quanto nesses 20 anos de vida pública.
Eu não tenho como negar aquilo que pessoalmente, de maneira reservada, falei no
gabinete do reitor", disse. O ministro argumentou que o comentário não foi
feito em local público e "não é motivo de proselitismo".
Cid Gomes lembrou que, durante sua trajetória como
prefeito e governador sempre teve uma relação pessoal com o parlamento
"respeitosa, construtiva, de quem compreende o papel do legislativo"
na gestão e no controle do Estado e do País.
A declaração que gerou polêmica foi: "Tem lá [no
Congresso] uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles.
Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem
mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas".
Ao falar que "partidos de oposição têm o dever de
fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então
larguem o osso, saiam do governo", afirmou. De acordo com Gomes, se for
ver a quantidade de deputados e deputadas que compõem as bancadas partidárias e
que participam com ministérios no governo vai "se identificar facilmente
que, teoricamente, o governo teria uma grande maioria nesta Casa. É só
somar".
Fonte: http://www.msn.com/
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