domingo, 5 de outubro de 2014

Dilma e Aécio decidirão eleição para presidente no segundo turno

Com quase 100% das urnas apuradas, Dilma tem 41,59% e Aécio, 33,55%. No próximo dia 26, PT e PSDB disputarão 2º turno pela 4ª vez consecutiva.

Montagem wide eleições primeiro turno - Dilma Rousseff e Aécio Neves (Foto: Edison Vara/Reuters; Washington Alves/Reuters)
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) decidirão em segundo turno, no próximo dia 26, quem será o futuro presidente do Brasil. Com 99,95% das urnas apuradas (acompanhe a apuração), a petista obteve 43,24 milhões de votos (41,59%) no primeiro turno e o tucano, 34,88 milhões (33,55%), segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Marina Silva (PSB) recebeu 22,16 milhões de votos (21,32%) e ficou em terceiro lugar, mesma colocação da eleição de 2010. O resultado ficou matematicamente confirmado às 19h56, segundo o TSE – até a última atualização desta reportagem a apuração dos votos para presidente não tinha terminado.

Após a confirmação de que haverá segundo turno, Dilma e Aécio fizeram pronunciamentos, em Brasília e em Belo Horizonte, respectivamente. A petista aproveitou a fala, a uma plateia de militantes do PT para atacar o PSDB. Disse que os brasileiros não querem mais "os fantasmas do passado" e que o PSDB "governou para um terço da população, abandonando os que mais precisam". Aécio afirmou que aceitará o apoio de "todos os que tiverem contribuições a dar", disse ter "enorme respeito" por Marina Silva (PSB), terceira colocada na eleição, mas que aguardará ela tomar "o caminho que ela achar mais adequado".
Será a quarta vez consecutiva que candidatos de PT e PSDB disputarão o segundo turno – em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu José Serra (PSDB); em 2006, Lula se reelegeu contra Geraldo Alckmin (PSDB); em 2010, Dilma superou Serra.
Segundo a apuração parcial, Luciana Genro tinha 1,61 milhão de votos (1,55%), seguida de Pastor Everaldo (PSC), com 780,20 mil (0,75%); Eduardo Jorge (PV), com 630,02 mil (0,61%); Levy Fidelix (PRTB), com 446,76 mil (0,43%); Zé Maria (PSTU), com 91,17 mil (0,09%); Eymael (PSDC), com 61,23 mil (0,06%); Mauro Iasi (PCB), com 47,82 mil (0,05%); e Rui Costa Pimenta(PCO), com 12,31 mil  (0,01%).
A campanha eleitoral passou por uma reviravolta após a morte em acidente aéreo, em 13 de agosto, do então candidato do PSB, Eduardo Campos, de quem Marina era vice.
Até então, as pesquisas indicavam uma situação de estabilidade, com Dilma à frente e Aécio em segundo. O tucano já havia enfrentado denúncias de suposta concessão irregular para um tio de um aeroporto na cidade de Cláudio (MG), mas a candidatura dele começou a perder fôlego após a morte de Campos.
Após o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco, Marina Silva assumiu a condição de candidata e chegou a aparecer em situação de empate técnico com Dilma, deixando Aécio para trás. Mas, na última semana da campanha, ela começou a perder intenções de voto, e o tucano recuperou o segundo lugar nas pesquisas divulgadas na véspera do segundo turno.
A campanha foi marcada pela troca de ataques entre os candidatos. A ascensão de Marina, logo após a comoção provocada pela morte de Campos, fez com que se tornassem mais duros os discursos dos adversários. Em eventos de campanha e na propaganda da TV, Dilma pedia com frequência aos eleitores que votassem contra o "retrocesso" e a favor das "conquistas sociais", ao que a campanha de Marina respondia dizendo que rival adotava “discurso do medo” e fazia “terrorismo eleitoral”.
Uma das principais polêmicas se deu em torno da divulgação dos programas de governo. Primeira a apresentar suas propostas, Marina Silva foi alvo de críticas por ter alterado, no dia seguinte à divulgação do programa, o capítulo de políticas para a população LGBT, retirando o apoio à criminalização da homofobia. Ela também foi objeto de críticas de Dilma por defender a autonomia do Banco Central. Aécio também disparou contra a candidata do PSB, acusando-a de mudar 
Os embates também envolveram Dilma e Aécio. O tucano explorou durante a campanha o tema "corrupção" na Petrobras, responsabilizando o atual governo pelos escândalos que envolveram a estatal e culminaram na prisão, pela Polícia Federal, de um ex-diretor acusado de desviar dinheiro da empresa. Dilma se defendeu dizendo que a Polícia Federal teve autonomia para investigar e os casos de corrupção não eram escondidos "debaixo do tapete".
No campo da economia, a petista acusou os tucanos de terem "quebrado" o Brasil três vezes durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e de terem intenção de privatizar a Petrobras. Aécio, por sua vez, repetia que o governo perdeu o controle da inflação e que o país parou de crescer na gestão Dilma.
Os candidatos
Primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Vana Rousseff, 67 anos, nasceu em Belo Horizonte (MG) em 14 de dezembro de 1947. No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Em 2001, filiou-se ao PT, após deixar o PDT. Antes de ser eleita presidente em 2010, Dilma nunca havia ocupado nenhum cargo eletivo.

Formada em economia, foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Entre 2003 e 2005, ocupou o posto de ministra de Minas e Energia, durante o primeiro mandato do Lula. Em 2005, deixou a pasta e sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixava o cargo após denúncia de envolvimento no escândalo do mensalão. 
Em 2010, elegeu-se presidente no segundo turno com 56,05% dos votos válidos (55.752.483 votos), contra 43,95% (ou 43.711.162) do seu adversário, José Serra (PSDB). No início da campanha deste ano, sofreu pressão interna de parte do partido, que pretendia trocar a candidatura dela pela do ex-presidente Lula, no chamado movimento "Volta, Lula".
Aécio Neves da Cunha, 54 anos, nasceu em 10 de março de 1960 também em Belo Horizonte (MG). Assim como Dilma, é formado em economia. Neto do ex-presidente Tancredo Neves, participou de diversos comícios ao lado do avô no início de sua vida pública.
Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1986, reelegendo-se por mais três vezes. Entre 2001 e 2002, presidiu a Câmara dos Deputados. Ainda em 2002, foi eleito governador de Minas Gerais, cargo que exerceu por dois mandatos, até 2010.
Em 2010, o tucano elegeu-se senador por Minas Gerais. Em 2013, ganhou a disputa interna com José Serra pela candidatura a presidente da República e foi eleito presidente nacional do PSDB.
Fonte: http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014

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