quarta-feira, 5 de março de 2014

Foliões de Reriutaba lotaram as ruas no desfile do Bloco do Cebola

O bloco faz parte da tradição do Carnaval na cidade
Foto: Leo Henrique
Para quem tem mais de 50 anos, falar de Bloco do Cebola na cidade de Reriutaba é ter de contar duas histórias: o antes o e depois. É que o bloco nasceu em 1970, quando João Lopes Soares, o Cebola, resolveu criar uma festa para o bairro Vila Nova, uma das comunidades carentes do município. Uma alternativa para quem não era sócio do Reriutaba Clube, hoje um prédio em ruínas.
A folia do primeiro ano foi na base do improviso. “Aqui era uma parte esquecida da cidade. Um Carnaval tão pobre, os instrumentos vinham em cima do jumento”, relembra o fundador. Com o passar dos anos, a festa foi se sustentando com o apoio dos prefeitos e ganhando fama entre os moradores. Mas a cidade continuava dividida entre quem frequentava a “festa dos ricos” e quem se esbaldava pelas ruas. “As pessoas tinham preconceito porque era coisa do povão. Eu era uma das que não poderiam vir, mas que fugia para participar”, admite a professora aposentada Constância Taumaturgo, 64 anos.

A segunda parte desta história vem depois que o bloco ressurgiu, após 14 anos sem ajuda e sem conseguir concorrer com as festas gratuitas das gestões municipais, segundo conta o Cebola. O quadro mudou em 2005, com a retomada do apoio municipal. Hoje, a comunidade abriga quem chegar para o Carnaval: da criança ao idoso, do pobre ao rico. E é o ponto de partida para a folia, que percorre a cidade com marchinhas, pessoas de abadás e fantasias no domingo e na terça-feira.
Mais ligados ao Carnaval de tradição, os participantes reclamam quando o som do desfile traz músicas de axé. “Toca Pinduca”, alguns protestaram no domingo. E foram atendidos.
Também no domingo, os foliões foram recebidos na praça da igreja matriz com mais marchinhas executadas pela Orquestra Ibiapaba do Ipu. Continuação do mela-mela e muita dança no início da noite. Depois do banho, os foliões voltaram à praça para curtir os shows das bandas até a madrugada.
“O Carnaval de Reriutaba é mundo bom, é tradicional, e a gente quis mostrar isso para todo mundo. Eu vi a votação (no O POVO Online) e mandei o link para todo mundo ajudar. Passamos de São Benedito. Sambei na divulgação”, brinca o assistente financeiro Ney Alvez, 20.
Em quatro dias de festa, a cidade teve atrações como Solteirões do Forró, Saradões, Ed Camaleão, Frennesy e XéPop. De acordo com o prefeito Galeno Taumaturgo (PSB), os gastos deste ano foram de R$ 380 mil. “Conseguimos movimentar cerca de R$ 1,5 milhão para o comércio local”, calcula.

NOTA D0 FOLIÃO
9
Thaliane Gomes, 14 anos, estudante. A nota só não foi 10 porque a foliã de Fortaleza achou as pessoas desanimadas com as músicas de axé e forró.


FOI BEM
Todo mundo conectado
Em parceria com a Marks Provedor, a Secretaria de Cultura de Reriutaba disponibilizou Internet sem fio para os foliões da praça. E de bom sinal no começo da noite. O cantor Ed Camaleão aproveitou para ler mensagens e mandar recados aos internautas.
FOI MAL
Cuidado em dobro
Parte do primeiro trajeto do bloco foi feito em ruas com pouquíssima iluminação. Para quem seguia pelas calçadas, era difícil ver os batentes e os buracos do caminho. Pedestres ainda desviavam de motociclistas.

FANTASIA EM DESTAQUE
Sempe Carmen
O cabeleireiro Zezinho Alves, 47, se veste de Carmen Miranda pelo menos em um dos dias do Carnaval. “É que ela é a cara da folia”, explica. Desta vez, ele seguiu o bloco como “Carmen Baiana”. O vestido foi costurado por uma amiga, e os adereços da cabeça confeccionados pelo próprio Zezinho. A roupa dos outros dias é mais improvisada.
39% dos internautas escolheram Reriutaba na enquete do
Fonte: O POVO Online para o Carnaval

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