terça-feira, 16 de abril de 2013

16 de abril, Dia Nacional da Voz

No dia 16 de abril comemoraremos o Dia Nacional da Voz. O Brasil foi o primeiro país a comemorar o dia da voz, data essa reconhecida mundialmente em 2002, passando a ser o dia Mundial da Voz.
Em 1999, o Brasil, impulsionado por fonoaudiólogos, médicos e cantores, toma a frente no mundo e, aos 16 de abril, comemora o Dia Nacional da Voz. O exemplo foi seguido por Portugal e Argentina e, em 2002, a Academia Americana de Otorrinolaringologia reconheceu a mesma data como o Dia Mundial da Voz. Em 2008 o governo brasileiro promulga a lei 11.704 que institui o Dia Nacional da Voz com a finalidade de conscientizar a população brasileira sobre a importância dos cuidados com a voz.

Reconhecimento maior aconteceu em 18 de junho de 2008 quando foi promulgada, pelo governo brasileiro, a Lei 11.704 que institui o Dia Nacional da Voz com o "objetivo de conscientizar a população brasileira sobre a importância dos cuidados com a voz".
Dia 16 de Abril, Dia Nacional e Mundial da Voz
15ª CAMPANHA NACIONAL DA VOZ - 2013
Em sua 15ª edição, a Campanha Nacional da Voz conta, neste ano, com um apoio muito especial. A cantora Sandy cedeu a sua imagem gratuita e gentilmente para uso em todos os materiais de divulgação do projeto, abraçando também a missão de conscientizar a população sobre os cuidados com a voz. Além disso, 2013 é o ano do 11º Dia Mundial da Voz, ação da ABLV celebrada em diversos países no dia 16 de abril. 
Além de cantora, Sandy é compositoraprodutora musical e atriz. Até 2007 formou com o irmão, Junior, a dupla Sandy & Junior. Em 2010, ela lançou seu primeiro disco solo, intitulado “Manuscrito”.
A campanha
De 14 a 16 de abril, a Academia Brasileira de Laringologia e Voz e a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial promovem em São Paulo uma exposição de uma boca gigante, que irá apresentar de forma didática a estrutura do aparelho vocal.
ABLV  é uma associação  médico-científica, sem objetivos econômicos, que congrega os médicos otorrinolaringologistas, da supra especialidade de Laringologia e Voz, propondo-se a promover  o desenvolvimento da especialidade e o intercâmbio científico, técnico, cultural e social entre seus associados.
Câncer de laringe
O câncer de laringe é responsável por uma incidência de 90.000 mortes por ano no mundo, ocorrendo predominantemente no sexo masculino. A relação de incidência por sexo é de 7 para 1 (masculino – feminino). De acordo com uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 9 mil novos casos de câncer de laringe foram descobertos em 2009. Outro dado preocupante da OMS mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de incidência deste tipo de tumor, ficando atrás apenas para a Espanha.
A iniciativa é uma realização da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV), em parceria com sua entidade mãe, a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). O objetivo é alertar a população sobre os cuidados com a voz e a prevenção das principais doenças que acometem o aparelho vocal, com destaque para o câncer de laringe. De acordo como Instituto Nacional do Câncer (INCA), o mal atinge cerca de 10 mil pessoas todos os anos no Brasil.
Até o ano de lançamento da campanha, em 1999, o câncer de laringe vitimava 15 mil brasileiros por ano, sendo 8 mil casos fatais, segundo dados da OMS. Em cada edição da Campanha, são atendidas e orientadas cerca de 40 mil pessoas, número que se repete anualmente desde então.
O prognóstico vai depender da localização do tumor e do estágio da doença. Aproximadamente 2/3 desses tumores surgem na glote, região das cordas vocais, e 1/3 acomete a laringe supraglótica. Tumores abaixo da glote são mais raros.
O enfoque da Campanha para esse ano será para a prevenção, conscientização e informação sobre esse mal, que atinge 10 mil pessoas no Brasil todos os anos, segundo dados recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA), e surge principalmente com a ingestão excessiva de álcool e o vício de fumar. Além disso, pacientes com câncer de laringe que continuam a fumar e beber têm probabilidade de cura diminuída e aumento do risco de aparecimento de um segundo tumor primário na área de cabeça e pescoço.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos da Voz (CEV) em parceria com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) e com a Universidade de Utah, nos Estados Unidos, 35% dos professores entrevistados relataram a presença de cinco ou mais problemas vocais, e 63% disseram já ter tido algum problema durante a vida.
Os dados indicam que 16,7% dos professores consideram que terão que mudar de profissão no futuro por conta dos problemas vocais. Entre os professores, 63,1% afirmaram ter alterações vocais. Entre os “não professores”, 35,1% também afirmaram ter problemas com a voz. Os principais problemas relatados são: cansaço vocal (92%), desconforto para falar (90,4%), esforço para falar (89,2%), garganta seca (83,4%), rouquidão (82,2%), dificuldade para projetar a voz (82,8%), instabilidade ou tremor na voz (79,3%) e dor na garganta (72,7%).
Outro dado preocupante é que as doenças vocais, decorrentes ou prejudiciais ao trabalho, provocam efeitos nos níveis social, econômico, profissional e pessoal, representando um prejuízo de mais de 200 milhões de reais ao ano no Brasil, segundo uma pesquisa do 3º Consenso Nacional sobre Voz Profissional em 2004.  Para auxiliar os professores a não voltarem às aulas sem voz, especialistas da ABLV lançam a “Campanha da Voz”, uma iniciativa que busca orientar sobre a prevenção do câncer de laringe e conscientizar a população e, principalmente, os profissionais da voz sobre a importância dos cuidados com o aparelho vocal.

Além de tudo isso, há uma estimativa de um milhão de novos casos de câncer nos próximos dois anos no país, segundo o INCA. Outro dado preocupante da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de incidência deste tipo de tumor, perdendo apenas para a Espanha.

Para que a população saiba como se prevenir desse mal, e sabendo que, hoje, a chance de cura de um câncer de laringe é alta, especialmente se ele é descoberto no momento em que ele está confinado na região onde se iniciou, a ABLV irá trabalhar fortemente com a sua campanha para evitar que esses números sejam grandes nos próximos anos no país.

O fumo é considerado o mais importante fator causador do câncer da laringe. Estudos revelaram que o risco de desenvolvimento destes tumores é 14,3 vezes maior em indivíduos que fumam em comparação aos que não fumam. O consumo de bebidas alcoólicas também contribui significativamente para o desenvolvimento desses tumores. O risco do desenvolvimento do câncer laríngeo é potencializado pela ação conjunta do fumo e do álcool. Outros fatores etiológicos associados são o papilomavírus humano (HPV) e o refluxo gastresofagiano. 
O primeiro sintoma a aparecer pode sugerir a localização do tumor. Na região glótica, onde ficam as cordas vocais, os sintomas principais são: rouquidão (o mais comum de todos), seguido por dor de garganta, sensação de corpo estranho na garganta e falta de ar. Quando o primeiro sintoma é dor ou dificuldade para engolir, isto sugere que o tumor seja supraglótico.
A laringoscopia é o exame usado para o diagnóstico do câncer de laringe. Este exame pode ser realizado com um espelho pela boca, por fibra flexível pelo nariz ou por fibra rígida pela boca. Dependendo das condições do local onde for realizado, pode ser fotografado ou gravado. Para confirmar o diagnóstico é preciso realizar biopsia da lesão.
O tratamento pode ser com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do estágio evolutivo do tumor: tamanho e localização, se tem linfonodos comprometidos e se tem metástase à distância. 
O câncer de laringe quando diagnosticado no início tem possibilidade de cura muito alta (90-95%), portanto, se o paciente apresentar qualquer dos sintomas acima citados, deve procurar um médico, de preferência um otorrinolaringologista. 
Diante destes dados preocupantes e com a missão de alertar a população sobre a importância da realização de exames preventivos, a ACADEMIA BRASILEIRA DE LARINGOLOGIA E VOZ realizará em 2013 a décima quinta Campanha Nacional da Voz. Comemorando o Dia Mundial da Voz, em 16 de abril, a iniciativa da ABLV é uma ação de conscientização da população sobre os cuidados que se deve ter com a voz, os hábitos que mais a prejudicam e os sintomas que sugerem alterações e distúrbios vocais. 
Por isso, é fundamental que um médico especialista seja procurado em caso de tosse e/ou pigarro frequentes; rouquidão por mais de sete dias; dor, ardência ou incômodo na garganta; dificuldade ou dor para engolir; perda de voz, voz fraca ou falhas na voz e dificuldades respiratórias.
Dr. José Eduardo Pedroso
Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz.

10 Dicas para não começar o ano sem voz:
1. Evite gritar ou falar alto em ambientes ruidosos.
2. Não é recomendável ingerir líquidos ou alimentos muito gelados, principalmente em dias quentes.
3. Fumar é altamente nocivo à saúde do sistema respiratório, principalmente às pregas vocais.
4. Pigarrear e sussurrar são hábitos aparentemente inofensivos que podem trazer grandes prejuízos à voz.
5. Falar durante exercícios físicos de impacto, como vôlei e tênis, podem prejudicar as cordas vocais.
6. O consumo excessivo de bebidas alcóolicas também é nocivo, porque propicia um efeito analgésico na laringe, causando abusos do aparelho vocal.
7. É importante beber bastante água e manter uma alimentação leve, sem exagerar no consumo de alimentos gordurosos ou muito condimentados.
8. Chupar balas ou pastilhas para aliviar dores na garganta traz efeito anestésico, levando também a abusos vocais.
9. O uso excessivo de ar condicionado pode traz problemas ao resfriar e reduzir a umidade do ar, provocando o ressecamento das cordas vocais.
10. Um otorrinolaringologista deve ser procurado a qualquer sinal de problemas como dores na garganta, rouquidão, cansaço ao falar, tosse, pigarro ou dificuldade para engolir, que irá orientar sobre os cuidados que devem ser tomados.
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Por Prof. Henrique Martins - Fonoaudiólogo-CRFa.5896-CE 

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