sexta-feira, 13 de abril de 2012

Reriutaba - Aniversário de morte de Padre Ataíde

Dia 15/04 - Aniversário de morte do Monsenhor Ataide.
Pe. Ribeiro está organizando com outras pessoas, uma homenagem ao Monsenhor Ataíde, neste dia 15 de Abril, a noite, com direito a procissão da caixa d'água até a igreja matriz.
Estão sendo feitas algumas camisas com foto e frases que lembram o Mons Ataíde, como por exemplo:
"Antes da hora, não é hora - depois da hora, não é hora - hora é na hora".
Parabéns ao Pe. Ribeiro pela iniciativa desta homenagem ao padre Ataíde, depois de morte dele foi o primeiro padre de Reriutaba a fazer uma homenagem dessas.
Lembrando que o mesmo nunca conheceu o monsenho Ataide em vida.
Resumo da vida e morte de Monsenhor Ataide.
José Ataide Vasconcelos nasceu no dia 04 de Junho de 1929 na cidade de Morrinhos.
Filho primogênito de uma família humilde e religiosa, muito cedo despertou a vocação de ser sacerdote.
Aos 15 anos ingressou no seminário menor em Sobral, posteriormente foi para Fortaleza onde formou-se em Psicologia e Teologia.

No dia 08-12-1956 foi ordenado padre pelo bispo diocesano Dom José Tupinambá da Frota e celebrou sua primeira missa no dia seguinte, em sua terra natal. Em sua primeira homilía, fez questão de destacar que era padre, somente padre e totalmente padre e que seu lema era a Santa Cruz, porque nela morreu Jesus.
De 1957 a 1963 Pe. Ataide lecionou no colégio Sobralense e auxiliava na rádio educadora do nordeste, bem como no jornal correio da semana.
Sempre voltado para a formação da juventude, formou um grupo de jovens (FIDEES) comprometidos a evangelizar e ajudar aos desabrigados das enchentes do rio Acaraú.
De dezembro de 1963 a Abril de 1965, foi pároco de Massapê. Passou pouco tempo, mas o suficiente para conquistar a comunidade massapeense. Fundou a casa da juventude mirim, da qual eu fiz parte, e dos jovens. A casa mirim, como a gente chamava, funcionava aos domingos e feriados pela manhã e a tarde a catequese. A noite, diariamente, era a vez dos jovens. Preocupado em preencher o tempo ocioso dos jovens, construiu uma enorme horta as margens do riacho São José, (que logo foi denominada de horta do padre) e delegou aos jovens a missão de cuidar, cultivar e vender as verduras na feira. Com o dinheiro arrecadado, investia-se na manutenção da casa da juventude.
Porém no dia 10 de Abril de 1965, Pe. Ataide recebeu um telegrama de Dom Walfrido, então bispo diocesano, solicitando sua presença em Sobral. Pe. Ataide era nomeado o novo pároco da paróquia de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro de Reriutaba-Ce.
No dia 11 de Abril de 1965 (domingo de ramos) as 9:00 Pe. Ataide pisava pela primeira vez em solo Reriutabense. Foi pároco desta paróquia até o triste dia 15 de Abril de 1986
Nestes 21 anos , podemos citar algumas obras realizadas pelo o mesmo:

·         A construção da igreja de Varjota
·         O Lar da providência (casa das irmãs) em Varjota
·         O nosso saudoso Lar da Juventude
·         O Relógio na torre da matriz
·         A reforma da nossa Igreja Matriz (quem lembra como era a Igreja? Não tinha bancos, cada um que trazia sua cadeira de casa, o piso era no tijolo, o teto não era forrado. Quando chovia na hora da missa ...era um suplicio!
Em dezembro de 1971, Pe Ataide comemorou os 15 anos de sacerdote.
Recebeu o título de cidadão Reriutabense, na ocasião manifestando seu contentamento, disse: "sinto-me como uma criança que acaba de ser adotada"
No dia 27/02/1975 o Papa Paulo VI nomeou Pe Ataide a MONS. Foi uma grande festa, mas festa maior ainda, foi a comemoração das bodas de prata sacerdotal realizada nos dias 06-07e 08/12/1981. Foram três dias de festejos em que mobilizou toda a comunidade Reriutabense.
Mas nem tudo foi festa na vida do Mons. Ele enfrentou muitos problemas de saúde, Diabetes, hipertensão, catarata e glaucoma, fizeram com que o mesmo  praticamente ficasse cego. Submeteu-se a cinco cirurgias com o Dr Leria de Andrade que só conseguiu  recuperar apenas 30% da visão.
Em setembro de 1985, sentiu-se mal quando passava pelas lojas americanas em Fortaleza, chegando sentar-se no chão no meio da loja. Eu fiquei desesperado e consegui socorrê-lo ao hospital das clinicas onde foi atendido pelo Dr. Cesar Franco Cavalcante. Após alguns exames ficou constatado que Mons Ataide sofria de complicações cardíaca. Fiquei com ele no hospital até a noite, e ao voltar pra casa, ele me pediu segredo, pois não queria que ninguém soubesse.
No dia 14 de abril de 1986 celebrou sua última missa as 19hs. Missa de sétimo dia da mãe do Sr Chaginha cabaceira.
Às 22hs quando regressava a sua residência, sentiu uma forte dor no peito. O médico da cidade foi chamado, que o auscultou e não encontrou nenhuma anomalia e que poderia ser gases. Sugeriu que tomasse um forte chá de alho.
Mons recolheu-se ao seu leito e eu acredito que ele não deve ter tido uma  noite de sono normal. Pela manhã  levantou-se com o semblante de cansaço e não tomou café, apenas tomou meio copo de leite e foi lecionar como de costume no colégio Nossa Senhora das Graças.
Contam seus alunos, que ele passou o tempo todo sentado com semblante de quem sentia dor.
Ao meio-dia, recolheu-se ao seu quarto e não quis almoçar.  Às 15hs não suportando as dores, pediu a sua secretária que fosse até ao consultório do médico e dissesse que ele estava sentindo muita dor e que aumentava a cada instante. O médico ao ouvir o relato da secretária, disse que assim que terminasse de atender o paciente que se encontrava em atendimento, ele iria novamente examina-lo.
A secretária ao chegar a casa paroquial encontrou o Mons Ataide impaciente andando de um lado para o outro. Sem saber o que fazer, ela disse: padre vou fazer outro chá e dirigiu-se a cozinha, quando de repente ouviu um grito e uma pancada. Ela correu pra ver o que tinha acontecido, e o encontrou caído em seu quarto. Ela desesperada, saiu correndo gritando pedindo ajuda que o padre estava morrendo.
As três primeiras pessoas que chegaram foram o Sr Adjemir de Castro, o Sr David Morais e o Sr. João Carlos Taumaturgo que encontraram o corpo do Mons ainda dilacerando. Juntos colocaram o corpo do Mons na cama e tentaram reanima-lo, mas infelizmente Mons Ataide havia nos deixado e Reriutaba chorou.
Texto de José de Fátima Vasconcelos - Fortaleza

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