sábado, 17 de março de 2012

27 casos suspeitos de superbactéria no Ceará

Dois destes pacientes morreram. Promotora da Defesa da Saúde Pública solicita esclarecimentos
 O Ceará tem 27 casos de pessoas com suspeita de estar com a bactéria Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC), conhecida como superbactéria, afirma a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). Dois destes pacientes estavam no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), onde vieram a falecer. Este número pode ser ainda maior, pois, de acordo com a assessoria de imprensa do ICC, os hospitais não são obrigados a registrar os casos na Sesa.
 Segundo o instituto, além das 27 ocorrências confirmadas pela Sesa, ainda há cinco pessoas à espera do resultado de exame para saber se estão com a KPC.
 O ICC ainda declara que o estado de saúde dos pacientes é estável, não correm risco de morrer e continuam em área de isolamento. Esta foi a primeira vez em que casos da doença aconteceram na unidade hospitalar. Nenhuma outra pessoa apresentou sintomas da superbactéria.
 Explicações

 A promotora da Justiça da Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, fez, ontem, um requerimento ao ICC e à Sesa pedindo a restauração do atendimento que foi prestado aos pacientes que morreram no Instituto. "Quero que eles informem o que ocorreu e quais medidas foram tomadas. Depois, iremos verificar os óbitos, para saber se houve algum erro. A apuração dependerá da resposta que recebermos", comenta Isabel Porto.
 A assessoria do ICC declara que não recebeu o requerimento oficialmente e que se pronunciariam a respeito depois da notificação oficial.
 O hospital ainda informa que os pacientes que estão em tratamento na entidade não precisam abandoná-lo, pois o instituto garante o monitoramento da situação e que não existe motivo para pânico.
 Apesar do nome e do fato de o mal ser conhecido como "superbactéria", o ICC explica que todos os seres humanos carregam consigo este micro-organismo. Porém, ele passa a fazer mal às pessoas quando elas se encontram debilitadas, que é o que ocorre com quem faz tratamento contra o câncer.
 O instituto também informa que a superbactéria pode se alojar no pulmão, no sistema urinário e sanguíneo, por isso, os sintomas podem se apresentar de diversas formas.
 Cuidados
 Devido às duas mortes que foram divulgadas nesta semana, a Sesa divulgou, no fim da tarde de ontem, uma nota técnica sobre os cuidados contra o desenvolvimento da KPC.
No comunicado, a Sesa esclarece que a superbactéria pode passar de uma pessoa para outra através de contato físico e afirma que, se houver suspeita da doença, é necessário haver o isolamento, como o ICC fez com os seus pacientes.
 A secretaria ainda solicita que as unidades hospitalares que tiverem suspeitas de casos de super bactérias notifiquem ao Comitê Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde (CECISS).
 Nesta notificação, deve conter uma apresentação geral do paciente e a identificação do sítio de infecção, além de material microbiológico, antibiograma, método utilizado, data em que o exame foi realizado, local onde o exame foi processado e evolução do paciente.
Fonte: Diário do Nordeste

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